Embora tivesse apenas 15 anos, D. Pedro II teve sua maioridade antecipada para poder assumir o trono como imperador do Brasil em 1840. Conhecido por ser um monarca ilustrado e um amigo das ciências, seu governo é marcado pela expansão da urbanização, pelo desenvolvimento das ciências, pela prosperidade econômica impulsionada pela exportação do café, pela abolição da escravatura, mas também pela Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai, maior conflito bélico na história do país.

Segundo Reinado

Nascido no País de Gales, Alfred Russel Wallace teve uma
infância tradicional em uma família de classe média britânica até que
investimentos mal-sucedidos de seu pai trouxeram o risco de falência aos
Wallace. A partir de então, deixou os estudos para começar a trabalhar com seu
irmão, William, no ramo de agrimensura e topografia, aprendendo sobre
cartografia e geologia. Aos 21, mudou-se para a cidade de Leicester, na Inglaterra,
onde conseguiu um emprego como professor. Lá, conheceu Henry Walter Bates e,
juntos, dedicaram-se ao estudo da História Natural e ao planejamento de uma
expedição científica com destino ao Brasil, inspirados parcialmente no relato
da viagem do entomólogo William Edwards. A dupla partiu da Inglaterra em 1848,
chegando ao Pará em 26 de abril. Depois de alguns meses residindo em Belém, Bates e Wallace
se separaram. Enquanto Bates iria seguir viagem até o curso do Rio Solimões, Wallace
viajaria até o Rio Negro, cujo mapa traçou e apresentou para a Real Sociedade
de Geografia de Londres. A sua experiência com topografia e cartografia
certamente o ajudaram e seu mapa ganhou notoriedade nos círculos científicos
ingleses permanecendo, por muito tempo, como a única referência que os europeus
possuíam sobre o Rio Negro.Ao longo dos quatro anos que permaneceu no Brasil, Wallace
coletou espécimes de animais e plantas, enviou coleções para seu agente Samuel
Stevens em Londres, registrou sua experiência com a população local e suas
observações sobre a natureza. Grande parte desse material, no entanto, foi
perdida no naufrágio do navio em que retornava para a Inglaterra. A partir das
anotações que conseguiu preservar e do que guardava na memória, escreveu sobre os
macacos da região amazônica, sobre o Rio Negro e publicou dois importantes
livros.Em A narrative of travels on the Amazon and Rio Negro,
publicado em 1853, detalhou sua experiência no Brasil em formato de relato de
viagem. No livro, incluiu um mapa do Rio Amazonas e informações sobre sua
passagem por locais como Cametá, Baião, Marajó, Monte Alegre, Santarém, Óbidos,
Vila Nova, Manaus, entre outros. Em seus trajetos, percorreu rios como o Mojú,
o Uaupés, o Guamá, o Capim e o Negro.Também em 1853, publicou Palm trees of the Amazon and
their uses, especialmente dedicado a descrever, ilustrar e relatar os usos
tradicionais das palmeiras que encontrou na região amazônica. De acordo com
Wallace, o apoio da população indígena foi essencial para que aprendesse a
diferenciar as palmeiras brasileiras e conhecesse os usos que se fazia de cada
espécie. Ao todo, o livro contém os nomes botânicos, nativos, usos e descrições
de 48 espécies diferentes divididas por gênero.Com os indígenas, Wallace não aprendeu apenas sobre as
palmeiras, mas também conheceu seus métodos de caça, pesca e navegação,
recolheu informações sobre os habitats, hábitos e usos das espécies locais,
registrou informações sobre seus costumes e compilou um vocabulário com a
tradução de palavras do inglês para a língua geral e dez idiomas indígenas.
Também registrou em seu livro de viagem uma série de pinturas rupestres que
encontrou desenhadas nas rochas graníticas próximas do Rio Uaupés.Após o seu retorno para a Inglaterra, planejou uma nova
expedição, dessa vez ao Arquipélago Malaio, onde faria observações que o
possibilitariam contribuir para o estudo da distribuição geográfica dos animais
e para a teoria da evolução pela seleção natural.

Ilustração intitulada "Capela em Nazaré, próxima ao Pará" publicada na página 14 do livro de viagem A narrative of travels on the Amazon and Rio Negro, de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado em 1853. A imagem apresenta três homens em primeiro plano, do lado esquerdo da composição. Enquanto dois estão de pé, um terceiro está sentado ao chão. O trio aparenta conversar, frente a algumas moradias que ladeiam todo o campo esquerdo da imagem. Ao fundo, observa-se a Capela de Nossa Senhora, em Nazaré, no Pará. Levando em consideração o relato de viagem de Wallace e de outros viajantes que estiveram no Pará no mesmo período, é possível imaginar que os três homens ilustrados possam representar o próprio Wallace, seu colega de viagem durante os meses iniciais da expedição, Henry Walter Bates, e o naturalista Richard Spruce, que também esteve na região na mesma época e encontrou-se com os dois naturalistas.

Naturalistas em frente a uma capela em Nazaré, no Pará

Mapa identificado como Prancha II, encontrado no frontispício da segunda edição do livro A narrative of travels on the Amazon and Rio Negro de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado em 1889. O mapa, intitulado Mapa do Rio Amazonas e da parte norte da América do Sul apresenta o curso do Rio Amazonas, bem como alguns de seus afluentes. O mapa inclui a localização dos territórios da Venezuela, do Equador, do Peru, da Bolívia e das regiões onde encontram-se atualmente a Guiana, o Suriname e a Guiana Francesa. O mapa detalha a malha fluvial da região, incluindo o nome de algumas cidades, e foi desenhado por Alfred Wallace após sua expedição científica pelo Brasil entre 1848 e 1852, a partir de suas observações e de informações obtidas por meio de outros livros e mapas, além das populações locais com as quais teve contato no país.

Mapa do Rio Amazonas e do norte da América do Sul por Alfred Wallace

Ilustração identificada como Prancha XV, encontrada entre as páginas 360 e 361 da segunda edição do livro A narrative of travels on the Amazon and Rio Negro de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace publicado em 1889.A ilustração representa um conjunto de pinturas rupestres encontradas pelo viajante-naturalista nas rochas graníticas nas margens do Rio Uaupés durante sua expedição pelo Brasil entre 1848 e 1852. De acordo com o naturalista, as figuras estavam pintadas em coloração vermelha nas rochas das serras de Monte Alegre, sendo também encontradas próximo de Serpa e na desembocadura do Rio Branco. De acordo com Wallace, as pinturas, que representam figuras humanas e animais, eram atribuídas pelos nativos aos espíritos, enquanto alguns comerciantes brasileiros acreditavam ser obra divina. Estudos de datação por radiocarbono, realizados pela arqueóloga Anna Roosevelt em 1995, apontaram que as pinturas imortalizadas por Wallace em seu livro de viagem datavam de cerca de 11 mil anos atrás, sendo provavelmente vestígios de uma das primeiras ocupações humanas no continente americano. Posteriormente, em 2014, pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi, coordenados pela arqueóloga Edithe Pereira, encontravam novas evidências que apontam que as pinturas encontradas nos sítios arqueológicos em Monte Alegre podem ter começado por volta de 12 mil anos atrás.

Conjunto de pinturas rupestres encontradas por Alfred Wallace no Rio Uaupés

Ilustração identificada como Prancha XVI, encontrada entre as páginas 362 e 363 da segunda edição do livro A narrative of travels on the Amazon and Rio Negro de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace publicado em 1889.A ilustração representa um conjunto de pinturas rupestres encontradas pelo viajante-naturalista nas rochas graníticas nas margens do Rio Uaupés durante sua expedição pelo Brasil entre 1848 e 1852. De acordo com o naturalista, as figuras estavam pintadas em coloração vermelha nas rochas das serras de Monte Alegre, sendo também encontradas próximo de Serpa e na desembocadura do Rio Branco. De acordo com Wallace, as pinturas, que representam figuras humanas e animais, eram atribuídas pelos nativos aos espíritos, enquanto alguns comerciantes brasileiros acreditavam ser obra divina. Estudos de datação por radiocarbono, realizados pela arqueóloga Anna Roosevelt em 1995, apontaram que as pinturas imortalizadas por Wallace em seu livro de viagem datavam de cerca de 11 mil anos atrás, sendo provavelmente vestígios de uma das primeiras ocupações humanas no continente americano. Posteriormente, em 2014, pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi, coordenados pela arqueóloga Edithe Pereira, encontravam novas evidências que apontam que as pinturas encontradas nos sítios arqueológicos em Monte Alegre podem ter começado por volta de 12 mil anos atrás.

Segundo conjunto de pinturas rupestres encontradas por Alfred Wallace no Rio Uaupés

Expedição de Alfred Russel Wallace pela Amazônia

Em artefatos e natureza, pretendemos evidenciar as relações entre o natural e o artificial. Entre os artefatos, destacam-se os instrumentos científicos que permitem, por exemplo, observar tanto aquilo que é invisível ao olho nu, como os átomos, quanto aquilo que se encontra muito distante de nós, como as estrelas. Ao mesmo tempo, também podemos considerar como artefatos as representações da natureza, como desenhos e gráficos.

Artefatos e Natureza

Artefatos que permitem estudar, representar e organizar a natureza.

Em observações e experimentos, ressaltamos dois processos importantes na construção do conhecimento científico. As observações dos fenômenos naturais, orientadas por conhecimentos prévios, assim como os experimentos que reproduzem fenômenos naturais, fornecem suporte para a comunidade científica construir modelos, testar hipóteses e formular teorias para explicar o funcionamento da natureza.

Observações e Experimentos

No dia 26 de abril de 1848, dois amigos britânicos embarcaram em um navio mercante no porto de Liverpool, na Inglaterra, com destino ao Brasil. Naquela época, a viagem durava exatamente um mês e, em maio, Alfred Russel Wallace e Henry Walter Bates desembarcaram na pequena cidade de Salinópolis, no norte do Pará. Os dois eram jovens naturalistas e essa era a primeira expedição científica a um país estrangeiro que estavam fazendo, usando para isso recursos próprios. A região amazônica brasileira foi o destino escolhido porque, entre outras coisas, era vista por eles como um local propício para pesquisas científicas que pudessem ajudar "a resolver o problema da origem das espécies".&nbsp;Enquanto Henry Bates residiu no país por um total de onze anos, Wallace permaneceu por quatro, explorando nesse período localidades como a Baía do Marajó, Santarém, Óbidos, Monte Alegre, entre outras cidades, e seguindo o curso do Rio Negro, o qual mapeou. Ao longo de sua viagem,interagiu com a população local, coletou espécimes e estudou a natureza brasileira fazendo anotações em seu diário e cadernetas de campo. Dentre seus temas de estudo, destaca-se a investigação realizada sobre as
palmeiras amazônicas."Enormes árvores com reforçados caules, emaranhadas por trepadeiras e completamente cobertas por estranhas plantas parasitas são alvo do olhar admirado de um naturalista recém-chegado dos prados e charnecas da Europa", escreveu o naturalista. No entanto, embora a beleza das palmeiras fosse uma novidade e lhe despertasse o interesse, Wallace confessou que não conseguia distinguir as diferentes espécies que encontrava na natureza. Foram os indígenas, segundo ele, que o ensinavam sobre as diferenças entre as espécies, suas propriedades e usos.Embora tenha perdido quase todo o material reunido no Brasil durante o naufrágio do navio que o levava de volta para a Inglaterra, Wallace conseguiu salvar suas anotações sobre as palmeiras amazônicas. Com base nelas, publicou em 1853 um livro intitulado "Palmeiras da Amazônia e seus usos", no qual incluiu ilustrações, os nomes botânicos, populares, usos e descrições de 48 espécies diferentes de palmeiras, divididas por gênero. Seu livro é considerado um guia importante sobre a diversidade das palmeiras que ocorrem no território amazônico, além de ter contribuído para expandir as investigações sobre as palmeiras iniciadas décadas antes pelo naturalista alemão Carl Friedrich Philip von Martius. Além disso, sua obra merece destaque por incluir informações obtidas diretamente com os povos indígenas brasileiros, incluindo os nomes dados pelos nativos para as palmeiras, os usos culinários, medicinais e industriais de espécies como a piaçava, a pupunha, o coqueiro e o açaizeiro. Por esse motivo, seu livro pode ser compreendido como um importante registro histórico sobre o conhecimento nativo e a cultura dos povos indígenas brasileiros, demonstrando a longa relação desses povos com a natureza local e a existência de um amplo repertório de conhecimentos que, apropriados pelos naturalistas, eram adaptados e convertidos em conhecimento científico sobre a natureza.

Ilustração de um coqueiro (Cocos nucifera) publicado na prancha XLVIII do livro Palm trees of the Amazon and their uses (Palmeiras da Amazônia e seus usos), de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado pelo editor londrino John van Voorst em 1853.Na ilustração, é possível ver, em primeiro plano, um coqueiro carregado de cocos. De acordo com a legenda, o coqueiro atinge 60 pés de altura ou cerca de 18 metros. No plano de fundo, um outro coqueiro aparece em frente a uma casa onde uma pequena figura humana pode ser observada na sua frente, carregando um objeto comprido em suas mãos.Wallace informa que essa palmeira não é nativa da América do Sul, embora seja cultivada em toda zona tropical. Segundo ele, as palmeiras dessa espécie cultivadas no continente americano provavelmente teriam adquirido características que as distinguiriam daquelas encontradas na Índia ou em ilhas do oceano Pacífico.O viajante destaca, ainda, a utilidade do seu fruto, informando ser muito utilizado como alimento, bebida e para extração de óleo, sendo suas fibras ainda utilizadas na fabricação de cordas, tapetes e até empregadas como alimento na criação de porcos.A gravura foi feita pelo artista Walter Hood Fitch e impressa pela casa Ford &amp; West, de Londres.

Ilustração de um coqueiro no livro de Alfred Russel Wallace sobre as palmeiras

Ilustração da pupunha (Guilielma speciosa) na prancha XXXVI do livro Palm trees of the Amazon and their uses (Palmeiras da Amazônia e seus usos), de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado pelo editor londrino John van Voorst em 1853.A ilustração mostra uma cena rural, onde a palmeira é vista em primeiro plano, com seu tronco esguio e frondosa folhagem. Logo atrás, vemos duas casas de pau a pique, estando uma delas de frente para o espectador. Na porta aberta, vemos uma pessoa encostada olhando para duas outras pessoas no lado de fora da casa, sendo uma delas uma criança. Segundo Wallace, estas eram casas de indígenas que moravam próximo do Rio Uaupés, no Amazonas. Para o viajante, esta era a mais pitoresca e elegante das palmeiras e, segundo a legenda, chegava a 60 pés de altura (cerca de 18 metros).O viajante descreve, ainda, a dificuldade em adquirir o fruto dessas árvores devido aos seus troncos espinhosos. Segundo ele, os indígenas costumavam construir escadas ou plataformas ao lado dessas árvores, para capturar seus frutos sem se machucarem. O sabor dos frutos, quando cozidos ou assados, lembrava o das castanhas espanholas, segundo ele. Wallace também informa que muitos espécimes podiam ser encontrados no Real Jardim Botânico em Kew.A gravura foi feita pelo artista Walter Hood Fitch e impressa pela casa Ford &amp; West, de Londres.

Ilustração da pupunha no livro de Alfred Russel Wallace sobre as palmeiras

Ilustração de um paraense subindo em um açaizeiro (Euterpe oleracea) publicada na prancha VII do livro Palm trees of the Amazon and their uses (Palmeiras da Amazônia e seus usos), de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado pelo editor londrino John van Voorst em 1853.A ilustração mostra dos açaizeiros, sendo um em primeiro plano e outro no plano de fundo. É possível ver que o primeiro deles, especialmente, está carregado de frutos. No açaizeiro ao fundo, é possível ver a figura de um homem vestindo calça comprida e sem camisa subindo em seu tronco com a ajuda de uma corda amarrada em seus tornozelos. Sabemos que se trata de um paraense pela descrição fornecida pelo viajante-naturalista para a ilustração, na qual informa que os habitantes do Pará são "excessivamente ligados" ao açaí e que os meninos paraenses sobem nessas altas palmeiras com uma corda amarrada nos tornozelos, pegando seus frutos e colocando-os em um cesto feito com folhas entrelaçadas do próprio açaizeiro. Segundo a legenda, essas palmeiras poderiam alcançar 60 pés de altura (cerca de 18 metros).A gravura foi feita pelo artista Walter Hood Fitch e impressa pela casa Ford &amp; West, de Londres.

Ilustração de um paraense subindo em um açaizeiro no livro de Alfred Wallace sobre as palmeiras

Ilustração da piaçava (Leopoldinia piassaba) publicada na prancha VI do livro Palm trees of the Amazon and their uses (Palmeiras da Amazônia e seus usos), de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado pelo editor londrino John van Voorst em 1853.A ilustração mostra um exemplar da palmeira em primeiro plano, com seu tronco característico coberto pelas fibras muito utilizadas na fabricação de vassouras, e longas folhas. Segundo a legenda, essas palmeiras podem chegar até 20 pés de altura (cerca de 6 metros). Seu nome científico, Leopoldinia piassaba, é uma homenagem à Maria Leopoldina da Áustria, imperatriz do Brasil.Além de dar as características físicas da palmeira, Wallace destacou sua exploração econômica e seus usos locais, informando que suas fibras eram muito utilizadas na fabricação de cordas, sendo muito resistentes e adequadas para utilização na navegação. Em uma fábrica em um dos tributários do Rio Negro, o viajante informa que a exploração dessa palmeira era monopólio do governo.A gravura foi feita pelo artista Walter Hood Fitch e impressa pela casa Ford &amp; West, de Londres.

Ilustração da piaçava no livro de Alfred Russel Wallace sobre as palmeiras

Ilustração de uma batauá (Oenocarpus batawa, hoje Oenocarpus batauá ou Jessenia bataua) publicada na prancha XI do livro Palm trees of the Amazon and their uses (Palmeiras da Amazônia e seus usos), de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado pelo editor londrino John van Voorst em 1853.Essa palmeira, que é conhecida pelos nomes batauá, koanani, patauá, pacauá, patoá, patuá e segen, aparece ilustrada em primeiro plano. De acordo com Wallace, o espécime ilustrado é jovem, pois apenas as árvores jovens possuem seus troncos encobertos por folhas decaídas, que lhe dão uma aparência espinhosa, como na imagem. Espécimes mais velhos possuem seus troncos completamente lisos e chegam a 50 pés de altura (cerca de 15 metros), segundo a legenda. Ao seu lado, são apresentados dois instrumentos indígenas.Do lado esquerdo, vemos uma flecha utilizada pelos indígenas em suas zarabatanas, feita a partir das espinhosas partes das folhas encontradas caídas no tronco da árvore. Do lado direito, vemos a aljava (cesto para colocar flechas) feito de vime utilizado pelos indígenas. De acordo com Wallace, os indígenas embebiam as pontas das flechas no veneno curare e espécimes da batauá já podiam ser encontradas no Real Jardim Botânico de Kew quando da publicação do livro.A gravura foi feita pelo artista Walter Hood Fitch e impressa pela casa Ford &amp; West, de Londres.

Ilustração de uma batauá no livro de Alfred Russel Wallace sobre as palmeiras

Mapa publicado como frontispício do livro Palm trees of the Amazon and their uses (Palmeiras da Amazônia e seus usos), de autoria do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, publicado pelo editor londrino John van Voorst em 1853.O mapa mostra o continente americano, de seu ponto mais austral na América do Sul até a metade da América do Norte, na altura da cidade estadunidense de Nova York. Ao sul, a partir da cidade chilena de Valparaíso e do Rio da Prata, que separa Uruguai e Argentina, o mapa apresenta hachuras, traços finos que simulam um sombreado sobre o território que vai até o norte, próximo do Rio Mississippi, nos Estados Unidos. As hachuras são mais fortes na porção que corresponde ao território amazônico nos territórios dos atuais Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia e na porção da América Central que corresponde aos atuais Panamá, Costa Rica e Nicaragua.Segundo a legenda do próprio mapa, o sombreado hachurado destacada as partes do mapa onde palmeiras são encontradas. Onde o hachurado é mais escuro, há maior abundância de palmeiras. Com isso, Alfred Wallace apresenta a importância do território amazônico, sobretudo no Brasil, como um espaço privilegiado para encontrar palmeiras.

Mapa da América mostrando a distribuição das palmeiras

Publicação de Palmeiras da Amazônia e seus usos por Alfred Russel Wallace

O ano de 1988, quando é promulgada a constituição "cidadã", marca o auge de um processo de abertura política iniciado em 1985. Com o fim da ditadura, o Brasil retoma a democracia presidencialista com um novo governante escolhido pelo povo em eleições diretas. Embora essa seja uma história recente, muito já aconteceu e continua a acontecer diariamente, pois a história não é apenas aquilo que ocorreu no passado; ela é a ciência do homem no tempo: passado, presente e futuro.

História Recente

É possível saber as horas através do sol? Sim, e na cidade de Brasília existe um dos meios mais antigos de identificação da passagem do tempo! Como parte das comemorações dos 160 anos do Observatório Nacional, em 1987, e da eleição da cidade de Brasília como Monumento da Humanidade pela UNESCO, o arquiteto Oscar Niemeyer e os físicos Jacques Danon (ON) e Marcomede Rangel (CNPq) elaboraram o projeto de construção de um Relógio de Sol para o Distrito Federal.O objeto foi instalado no Parque da Cidade (Asa Sul de Brasília) e foi inaugurado em 20 de abril de 1988, por ocasião do aniversário de Brasília comemorado no dia seguinte. Além de homenagear a cidade, o monumento foi construído para orientar a população das proximidades do Parque da Cidade, fornecendo um valor aproximado da hora em alguns períodos do ano. O Relógio foi criado para movimentar o turismo, atraindo o público para a visitação, mas também possui fins educativos, pois desperta interesse
astronômico nos frequentadores do parque.A iniciativa também valorizou um importante serviço do Observatório Nacional, que desde o período Imperial, e a partir de 1913 através de Lei específica, produz e divulga a Hora Legal brasileira. Atualmente o serviço é feito através de relógios atômicos que determinam a hora com precisão de microssegundos. De maneira diferente, os relógios de sol, como o do Parque da Cidade de Brasília, demonstram a hora através da sombra deixada pelo Sol por uma haste inclinada (ponteiro ou gnomon), condizente à latitude local que o relógio foi instalado, e voltado para o Sul celeste (sul geográfico). Assim, o ponteiro fica sempre paralelo ao eixo de rotação da Terra e a sombra do ponteiro do relógio indica a hora, mas sua visualização sempre dependerá das condições astronômicas e atmosféricas do lugar.

Desenho arquitetônico do Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília, elaborado por Oscar Niemeyer, em 1987. Na imagem, com vista frontal e lateral, vemos a estrutura de concreto armado do instrumento monumento instalado, no ano seguinte, no Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek. Destaca-se o elemento humano na imagem, evidenciando a funcionalidade da obra, o fornecimento da hora aproximada e a contemplação. O mostrador do relógio é apresentado de forma convencional, com 12h, mas no projeto final o relógio mostrava somente as horas que o sol incide na capital do Distrito Federal, das 5h às 19h. Trata-se de um dos primeiros projetos da obra da qual também participaram os cientistas do Observatório Nacional, Jacques Danon e Marcomede Rangel, na elaboração do projeto científico astronômico do relógio solar.

Desenho arquitetônico do Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília 

A imagem faz parte de um conjunto com oito fotografias (p&amp;b), com 18x24 cm cada, que apresenta a solenidade de inauguração do monumento Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília. Da esquerda para direita a fotografia mostra os seguintes
personagens: José Duarte de Araújo e Marcomede Rangel, ambos representantes do CNPq. Em seguida, Luiz Henrique da Silveira (Ministro de Estado, Ciência e Tecnologia) e personagem não identificado. Por fim, Jacques Danon (ON) e Jorge Pereira da Silva.&nbsp;

Fotografia da solenidade de Inauguração do Relógio de Sol no Distrito Federal

Desenho em preto e branco produzido pelo arquiteto Oscar Niemeyer para compor uma publicação, realizada em coautoria com o cientista Jacques Danon, intitulada "O Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília" (1988). A imagem mostra o instrumento e monumento relógio de sol instalado no Parque da Cidade Dona Sara Kubitschek, em Brasília, construído para homenagear a cidade por ocasião de seu 28º aniversário e reconhecimento do seu título de Monumento da Humanidade pela UNESCO. No desenho, elaborado em perspectiva, é possível ver figuras humanas próximas ao instrumento, denotando um das principais finalidades do instrumento monumento: a obtenção da hora aproximada pelo público frequentador daquele espaço.

Desenho do Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília produzido por Oscar Niemeyer 

A imagem faz parte de um conjunto com oito fotografias (p&amp;b), com 18x24 cm cada, apresentando a solenidade de inauguração do monumento Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília. Da esquerda para direita a fotografia mostra os seguintes personagens: Jacques Danon (ON), Crodowaldo Pavan (presidente do CNPq), Celso Amorim (Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia) e José Duarte de Araújo (diretor científico e vice-presidente do CNPq).

Fotografia da solenidade de Inauguração do Relógio de Sol com representantes do CNPq

Inauguração do Relógio de Sol do Parque da Cidade de Brasília

<h3 class="editor-heading-h3 ltr" dir="ltr">O PROJETO</h3> O Portal de História da Ciência e da Tecnologia no Brasil é um projeto desenvolvido pela Coordenação de História da Ciência e Tecnologia do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), situado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Nosso objetivo é divulgar a história da ciência e da tecnologia brasileira a partir de documentos históricos preservados em instituições de pesquisa, como o próprio MAST. Os documentos digitalizados são cadastrados em uma base de dados onde são inseridas informações sobre sua procedência, autoria, datação, entre outros dados importantes para o conhecimento dos seus contextos de produção e circulação. Além disso, cada documento é associado a um evento na história da ciência e da tecnologia brasileira, que é descrito por especialistas em textos autorais voltados para o público não especializado. Por meio de ferramentas interativas que permitem a construção de linhas do tempo e mapas personalizados, esperamos ser uma fonte de estudos capaz de contribuir para tornar as ciências e os cientistas brasileiros mais conhecidos entre nós. Desde 2019, o projeto foi desenvolvido com recursos do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) por meio do edital n° 36/2021 - “Apoio à Editoração e ao Audiovisual Comemorativo do Bicentenário da Independência e do Centenário da Semana de Arte Moderna”, e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) por meio do projeto “A Cultura Científica no Brasil: Espaços Multiusuários de Ciência e Tecnologia no MAST”. <h3 class="editor-heading-h3 ltr" dir="ltr">A EQUIPE</h3> Coordenação: Heloisa Meireles Gesteira Desenvolvimento e pesquisa: Anderson Pereira Antunes Mariza Pinheiro Bezerra Modelagem do sistema de informação: Sergio Emanuel Dias Campos Base de dados e desenvolvimento do site: Victor Yañez Colaboração: Coordenação de História da Ciência e da Tecnologia (MAST)

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